No Mundial de Baku 2023, os europeus conquistaram 11 das medalhas douradas contra 7 em 2022, além de 51,56% das 64 medalhas disputadas em 2023 contra 37,5% em 2022. Isso representa um aumento de 9 ou 37,5% de medalhas, um número bastante significativo se tratando do maior evento promovido pela modalidade. Os asiáticos diminuíram de 5 medalhas de ouro em 2022, para 4 em 2023, além de uma significativa piora na quantidade total conquistada, saindo de 26 para 20, em que contou com o pior resultado da equipe feminina da Coreia do Sul em Mundiais, pois foi a primeira vez não conquistou nenhuma medalha no evento.

Quem não conseguiu replicar o extraordinário resultado do ano passado foram os nortes americanos. Sem o fator “casa” que embalou a performance dos mexicanos em 2022 e a boa performance dos estados unidenses, América do Norte não conseguiu conquistar nenhum ouro em 2023, contra os 4 de 2022. Carlos Sansores e Carl Alan Nickolas conseguiram chegar nas finais, porém foram superados pelos seus adversários.

Outro destaque foi a Oceania, que desde 2005 não conquistava uma medalha, ganhou um bronze na categoria masculino até 74kg com o australiano Leon Sejranovic, que teve que superar em seu trajeto até a medalha o espanhol campeão em 2022, Daniel Quesada, além do uzbeque campeão do Grand Slam Wuxi 2022, Jasurbek Jaysunov.

A briga por uma vaga para Paris-2024 por meio do Ranking Olímpico ficou ainda mais acirrada, já que 50% das medalhas foram conquistadas por um TOP10, contra 39,06% de 2022. Outro dado importante é que 43,75% das medalhas foram conquistadas por um TOP5 do Ranking Mundial em comparação aos 35,94% de 2022. Já na avaliação das medalhas conquistadas pelos TOP20 do Ranking Mundial, vimos uma piora na performance em comparação a Guadalajara, passando de 78,12% das medalhas conquistadas para 67,18%.

Europa domina o primeiro semestre de 2023

Logo na semana seguida ao Mundial, aconteceu a primeira edição do Grand Prix Series de 2023, em Roma. Os europeus perderam por pouco o seu domínio para os asiáticos, mas se mantiveram fortes no medalheiro geral. A Ásia conquistou 5 ouros, enquanto Europa ficou com as outras 3 restantes.

Agora finalizado o primeiro semestre, contabilizando os pontos do Mundial e do primeiro GP do ano, lembrando também dos Jogos Europeus, os países já possuem exatamente a projeção dos pontos que irão carregar até janeiro de 2024 (data do fechamento do ranking olímpico para Paris-2024) e juntando aos pontos que ainda estão em disputa, poderão delinear o melhor caminho percorrer em busca da vaga olímpica.

Os Grand Prix Series e a etapa final serão decisivos, pois colocam 220 pontos ainda em jogo, além dos President’s Cup América e Ásia, já que o da África e Europa já aconteceram e o da Oceania acontece nesse mês de julho. Outro ponto importante também são os Jogos Continentais, que apenas o da África contemplará as categorias mundiais como o Europeu, tendo que a região panamericana brigar pelos pontos nas categorias olímpicas, e a Ásia também será nas categorias olímpicas somadas as intermediárias masculino até 63kg e feminino até 53kg.

A atualização do ranking de agosto irá contemplar o aniversário dos pontos do Jogos Olímpicos de Tóquio, o que afetará alguns atletas. Importante saber quais são esses pontos que estão prestes a expirar para não ter a falsa sensação que está na frente, sendo que pode não estar.

Europa domina o primeiro semestre de 2023

ENQUANTO EM WUXI…

A etapa do Grand Slam Champions Series de Wuxi de 2022 teve que ser adiada, restando fazer em 2023. Enquanto os europeus dominaram o Mundial em Baku 2023, os asiáticos não deram chances para nenhum outro continente, conquistando 100% das categorias disputadas. Para quem não sabe, esse evento em Wuxi é um torneio que tem o seu Ranking próprio e ao final de todas as suas etapas, sendo que a última sempre ocorre após o Grand Prix Final anterior as Olímpiadas, o melhor atleta ranqueado em cada categoria olímpica conquista a vaga para os Jogos Olímpicos. Se o mesmo atleta estiver na zona de classificação pelo ranking olímpico e pelo Grand Slam Champions Series de Wuxi, a vaga remanescente vai para o próximo atleta mais bem posicionado no Ranking Olímpico.

Uma das questões mais importantes para a grande parte dos atletas, se não for a mais importante, seria saber quais categorias tem chance de selecionar um atleta a mais pelo Ranking Olímpico para Paris-2024. As categorias que possuem ao menos um TOP6 do Ranking Olímpico dentro das três primeiras posições, seriam aquelas que ainda sonham com a possibilidade de convocar um sexto atleta pelo ranking olímpico. As únicas que não tem um atleta nessa posição seriam a feminino até 67kg e o masculino até 80kg.

Com certeza precisa do último resultado para ter a certeza se irá chamar 5 ou 6 do ranking olímpico, mas as cartas estão na mesa. Agora é buscar os pontos que ainda restam nesse que é um dos anos mais tensos do ciclo olímpico.

Por: Guilherme Felix